segunda-feira, 5 de maio de 2014

Crítica: O Espetacular Homem Aranha 2 - A Ameaça de Electro



Me desculpem os xiitas, fãs mais ortodoxos e turminha do contra que torce o nariz pra tudo que não for igual as HQs do tempo da RGE, mas ao meu ver o novo filme do Aranha é um filme digno do herói, e digo mais, a melhor caracterização de Homem Aranha/Peter Parker ao meu ver é justamente essa! Por que ?

Porque ele possui uma carga emocional digna das melhores histórias do Aranha! Porque  nunca na história desse país do cinema, tivemos um Aranha tão divertido e espirituoso como o que Andrew Garfield criou e isso, me desculpem, tem haver com o jeito despojado dele, até mesmo seu biotipo, é muito mais o que vemos nas HQs do que os anteriores na trilogia de Sam Raimi/ Tobey Maguire.  


É muito agradável ver a interação entre o herói e a cidade, tirando os vilões, J.J. Jameson e um ou outro desafeto, todos amam o Homem Aranha e isso é mostrado de forma muito natural, no trato com policiais, bombeiros, civis e fãs da DC. Não existe uma cena onde o herói não busque quebrar o gelo com todos a sua volta, seja um simples cidadão atarefado, desajeitado, desacreditado e invisível aos olhos das outras pessoas comuns ou aquele pequeno garotinho sofrendo bullying, acredito que muitos de nós já estivemos na pele de um dos dois! Mas o Aranha está lá, por todos ele.  Talvez não derrube porta aviões dos ares, nem lute contra um exército de robôs ou soldado modificados geneticamente, nem atravesse dimensões, mas ele está lá, distribuindo porrada?  Não, eles está lá para salvar o dia, seja com uma simples palavra amiga ou um lançar de teia preciso.  O que vemos no filme é  muito mais do que somente o Homem Aranha, vemos um Peter Parker bom garoto, cheio de boa vontade e que sofre sem saber como lidar com os problemas que o herói que aprendemos a amar tem, seus relacionamentos amorosos, suas finanças, seus estudos e ser o Homem Aranha. 


E as meninas, irão gostar do filme ? Claro, além de ser um filme divertido e agradável de se assistir,  tem um lado romance, Peter Parker ou Homem Aranha, sempre foi um personagem que tinha relacionamentos peculiares e a química entre Andrew Garfield e Emma Stone passa muita credibilidade, muito realmente se deve ao fato deles serem namorados em sua vida real, mas o roteiro também ajuda, as promessas, problemas e sentimentos que ambos vivem tornam a relação deles na tela muito agradável e crível, e o principal problema não é uma questão de Peter não ter tempo para ela, mas sim pelo fato que Peter tem tanto amor por ela que não sabe se fica longe e a mantém viva e assume que não poderá viver seu amor ou se entrega aos sentimentos e vive na incerteza de que um dia alguém usará a bela Gwen Stacy para atingi-lo e convenhamos, Emma Stone está muito bem no seu papel, passa uma leveza que nos faz gostar realmente dela e torcer por eles e quando o pior acontece, o filme mostra realmente a dor do cara qe perdeu seu grande amor, não somente um choro ou um grito, mas uma reclusão de meses, uma falta de esperança e o filme fala um pouco disso, mesmo que a Aranha no peito não signifique esperança!


Mas e a ameaça do Electro ? Jamie Foxx vive um Max Dillon muito interessante e com motivações que para mim soaram adequadas, ninguém gosta de ser esquecido ou invisível aos olhos dos "colegas", ninguém ficaria feliz em ter seu corpo transformado numa aberração e consequentemente sua mente afetada pelo acidente e alguns métodos um tanto dolorosos para mensurar suas habilidades.  O poder dele é muito bem executado nas telas e realmente ameaçador, sua evolução de fã do Homem Aranha para ameaça é bem trabalhada dada o limite de tempo do filme.


 E o Harry Osborn ?  Dane DeHaan e sua cara de louco varrido cumprem o papel, não compromete em momento algum o personagem dentro do que foi proposto, pelo contrário seu Tetsuo Shima  Harry Osborn é  um garoto problema, rico, poderoso e sem a menor noção do que fazer com o império que herdou.  Sua versão esverdeada ficou boa, ele parece realmente ameaçador sem precisar de uma máscara enorme e ridícula e sua saúde delicada é motivo de sobra para tomar as decisões que tomou, afinal, qual rico acostumado a viver todas as coisas boas que o dinheiro pode comprar aceitaria que iria morrer cedo e da forma desagradável. 


A própria relação entre Peter e ele me pareceu tranquila e bem contextualizada, está longe ser piegas como Frodo e Sam onde o segundo cuida do anel do primeiro, mas mostra uma certa maturidade e respeito um pelo outro, onde ambos sabem que andaram distantes um do outro e estão meio que sós no mundo e  então não é algo do tipo melhores amigos de uma hora para outra e muito menos, inimigos num piscar de olhos, eles apenas nutrem um respeito mútuo e particularidades similares noque se refere a perda de pais.


E esse Rino ?  Entendam o seguinte, qual a relevância do Rino ns histórias do Aranha, ele nunca foi um herói de profundidade certo ? Então no filme ele é usado apenas como uma atração para render boas cenas de luta, quem ele era antes de se tornar o Rino, não tem tanta relevância então não esperem uma "darknização" do personagem! Sendo assim, não tem do que reclamar do mal aproveitamento de Paul Giamatti.

Sim, e o Norman entrou no filme só para morrer ?  Olha, me baseando nas unhas enormes que o personagem exibiu numa cena com seu filho, isso por si só já pode dar uma ideia do que ele irá se tornar.

Sobre o fato de criarem uma conspiração com os pais de Peter sinceramente, isso não impede do filme ser assistido e tal subtrama, serve para dar uma certa sustentação a uma parte da relação entre os Osborn e os Parker, ninguém está transformando ou deturpando nada no passado de Peter Parker, apenas acrescentando mais informações que sinceramente, não compromete o herói nem a diversão do filme. Uma coisa interessante é que o filme faz menção ao anterior e a tentativa do Dr. Connor em transformar toda a população de Nova York em lagartos e uma referência a uma gatuna conhecida pelos fãs!

Pontos negativos ? Existem, mas o mais irritante é um médico com sotaque alemão e ar de maluco, desnecessária a caracterização exagerada.

Finalizando, o filme vale a pena ser assistido, não  vi em 3D, mas acredito que deve ficar ótimo, dada as cenas de lutas e "vôos" do herói. A mistura entre versões do universo 616, Ultimate e mais as ideias de Marc Webb ao meu ver não irão ofender e podem até vi a agradar no vindouro terceiro filme que irá apresentar o sexteto sinistro e sim, Stan Lee está lá e não, não temos ColdPlay+Skate! 

Nota 7,0


P.S. 1: Como citei acima, o Aranha tem um diferencial como herói, ele sempre tenta se conectar as pessoas, deseja resolver as coisas de forma amigável e menos dolorosa possível.  a cena dele salvando Max Dillon e percebendo no ato o quanto ele se achava insignificante no universo e Peter tentando levantar a auto-estima dele é muito legal e também quando o mesmo está confuso após ganhar seus poderes.  



P.S. 2: A cenas envolvendo o garoto com projeto de ciência para para mim são as melhores.






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